Agrião
Agrião, um vegetal de torcer o nariz... Não pelas suas propriedades nutricionais, mas pelo sabor picante que levou ao seu nome científico, Nasturtium, derivado da expressão latina nasus tortus, que significa nariz torcido.
É um vegetal rico em ácido fólico e contribui ainda com cálcio, ferro, potássio e fósforo.
Utilizo-o como acompanhamento, em crú, ou al dente nas minhas sopas, para dar uma textura.
Segue a minha receita de creme de agrião:
Creme de agrião
200 gramas de agriões
2 cenouras
200 gramas de abóbora
1 courgette
1 cebola
2 dentes de alho
20 ml de azeite
1 colher (chá) de sal
Preparação
Arranje os agriões e reserve-os.
Descasque, corte em pedaços e coloque numa panela com água os restantes ingredientes (mantenha a casca da courgette).
Quando estiver tudo cozinhado adicione os agriões e deixe-os apenas até voltar a ferver, para ficarem al dente.
Adicione o azeite e triture.
Perfil Nutricional
A elevada ingestão de crucíferas está associada a um menor risco de desenvolvimento de cancro. Recentemente identificaram actividade anticarcinogénica nos isotiocianatos presentes no agrião.
Para os mais curiosos, estes mecanismos anticarcinogénicos incluem a inibição do citocromo P450 de fase I (resultando na diminuição da activação metabólica de compostos carcinogénicos), o aumento da resistência celular pela acção enzimática antioxidante (quinona reductase, glutathiona S-transferases, UDP glucuronosiltransferases), a inibição do ciclo celular e a indução de apoptose nas células cancerígenas.
A presença de flavonóides no agrião, como a quercetina, o ácido hidroxicinamico, o ácido ferulico e o o ácido p-coumarico exerce um efeito antigenotóxico, que resulta na diminuição dos danos do DNA e um efeito antiproliferativo das células cancerígenas.
Uma equipa de investigadores nacionais está a estudar o benefício do agrião como adjuvante terapêutico no tratamento oncológico. Este estudo é levado a cabo por uma equipa de investigação coordenado pela nutricionista Professora Doutora Paula Ravasco e visa esclarecer a capacidade das substâncias activas do agrião, nomeadamente a capacidade regenerativa das células, principalmente do DNA celular. Tem como objectivo de estudo uma menor toxicidade dos tratamentos, uma recuperação mais rápida e eficaz após os tratamentos, e melhor qualidade de vida.
Sabe bem e faz bem!