Antes do dia do lançamento do meu Sopa,sim! convidei alguma imprensa para estar presente no dia e recebi bastantes respostas. Uma das quais da revista TIME OUT, que me pediu para enviar um exemplar do meu livro para crítica.
Até anteontem não obtive resposta e contactei a TIME OUT para averiguar se tinham recebido o exemplar, bem como se iriam (e quando) publicar a crítica. Informaram-me que a mesma saiu na revista da semana passada (cuja edição iria terminar ontem).
Ontem, extremamente curiosa e expectante fui comprar a revista e folhei-a até encontrar a tal crítica ao Sopa, sim!.
Então....
3 estrelas e um extenso texto, com poucas pausas e muitas virgulas.
Confesso que pensei em não comentar e por momentos tive aquela sensação do “deixa lá”, mas depois lembrei-me que poderia ser um exelente tema para um artigo. Até porque não são todos os dias que recebemos críticas!
Tentei assimilar a crítica na sua totalidade, perceber qual a natureza da mesma e por fim perceber se esta tem fundamento. Mas receber críticas ajuda a desenvolver algo melhor, desde que estas venham de alguém que saiba exatamente do que está a falar.
A Mariana, é a editora do Comer & Beber da TIME OUT e foi quem escreveu a crítica ao livro Sopa, sim! na rúbrica Cozinhoteca. Começou por enumerar a crítica iniciando a mesma com o seguinte ponto:
“1) existem dietas milagrosas aos pontapés”
Ups!
Será que leu a introdução?
Acho que fez o mesmo que eu quando folheei a TIME OUT para encontrar a minha crítica, porque....
... na introdução falo exactamente da tendência dos livros de dietas, que “quase nos permitem fazer um dieta por semana.” e que “este livro vai muito além da minha opinião sobre as dietas... ou sobre da minha posição sobre qualquer novo regime alimentar.”
E, Mariana, o objectivo deste livro não é fazer uma dieta de sopa, mas sim “dar um contributo para reforçar a nossa identidade alimentar através do consumo da sopa.”
No segundo ponto :
“2) parece ser moda todas as nutricionistas editarem livros;”
Entendo o que quer dizer. Mas, calma... “todas”?
Somos mais de 3000 nutricionistas registados na Ordem dos Nutricionistas.
E relativamente aos livros: são tantos os escritos por nutricionistas, como os livros daqueles que se querem fazer passar por e não o são.
Continuando a ler o texto ...
“apenas as propriedades benéficas de alguns ingredientes ...
parecem salvar o livro de um aborrecimento mortal.”
Tudo o que se leu nas primeiras 50 páginas (mas achou aborrecido) são pequenos textos escritos para leigos sobre os beneficios das substâncias antioxidantes de que são compostos os vegetais. Com o acréscimo de serem textos baseados em artigos científicos extra actualizados e (desculpe, mas acho que não são só para mim) interessantíssimos.
E, Mariana, depois de ler o meu livro, deveria ficar a perceber que não são os alimentos que têm propriedades, mas sim os seus compostos.
Mas já agora, o que me diz sobre as receitas?
“ A partir daí, a Maria Inês mostra o que sabe”
Sei da minha profissão! Sou nutricionista e uma apaixonada pela cozinha, mas não sou cozinheira.
Talvez me deva dedicar muito mais à cozinha porque, segundo o que afirmou e excluindo as nabiças da página 174 que não gostou, o Sopa, sim! tem “sopas, divididas pelas estações do ano, com indicações calóricas, dicas e boas fotografias.”
E por isso Mariana, vou aproveitar ao máximo cada relato, cada afirmação, cada declaração favorável ou depreciativa e ganhar mais umas visualizações.
Já conhecem a página da Estefânia? Não só é minha colega de profissão como também de paixão pela comida.
A Estefânia tem um Blog que se chama Cozinhar Com, onde escreve receitas, fala sobre alimentos e nutrientes e transborda sabor nas fotografias que faz das suas experiencias gastronómicas. E, para meu orgulho, decidiu experimentar a receita de CREME DE URTIGAS do meu livro SOPA, SIM!.
Vejam aqui o resultado. As fotos estão fantásticas, claro! E a vontade de comer esta sopa cresce...
Deixo-vos aqui algumas fotografias do Blog Cozinhar Com:
E para quem gosta de cozinhar e de fotografia, tem de seguir a página de Instagram da Estefânia aqui.
A semana passada tive uma experiencia única em consulta:
Na primeira consulta de nutrição da Sra L, depois de falarmos sobre a saúde e sobre as restrições alimentares que a médica lhe havia dado há dias, chegamos à conversa do ovo. Refere-me a Sra L o que ouviu na entrevista do prorgama Sociedade Civil , onde uma nutricionista desmistifica o papel do ovo na alimentação. Não imaginava a Sra L que a nutricionista que tinha à sua frente era a mesma nutricionista de que falava como referência.
Escusado será dizer que me senti extremamente.... lisonjeada! Imaginam?
Então, por estas e por outras, decidi falar um pouco sobre este alimento e sobre aquilo que ainda preocupa e faz um bocadinho de confusão não só aos portugueses, como também dentro da comunidade científica e ainda mais entre profissionais de saúde...
O ovo é um alimento muito especial...
É um alimento extremamente completo, com um perfil nutricional de excelência!
Tal como referi neste post é uma fonte de proteína de alto valor biológico. A luteina e a zeaxantina presentes no ovo são dois carotenóides essenciais à visão, como papel na diminuição do risco de desenvolver degeneração macular relacionada com a idade.
Os ovos contêm carotenóides (luteína e zeaxantina) reconhecidos por seu papel na proteção contra degeneração macular relacionada à idade e catarata, bem como tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. O ovo também fornece arginina (um precursor do óxido nítrico), que por sua vez, faz com que os vasos sanguíneos dilatem, desempenhando um papel fundamental na circulação, e são uma fonte substancial de colina, que é um neurotransmissor envolvido na função cognitiva.
Então e o colesterol?
As guidelines que definem a quantidade limite de colesterol na dieta ou o consumo de ovos, tanto para a população em geral como para quem tem risco de doenças cardiovasculares, variam entre diferentes países. Por exemplo a National Heart Foundation (australiana) restringe o consumo de ovos a 6 ovos por semana, mas a British Heart Foundation e a Diabetes United Kingdom não fazem restrições no consumo de ovos. A American Diabetes Association (ADA) limita o consumo de colesterol a 300 mg/ dia. Se um ovo tem cerca de 200mg de colesterol, o limite será até um ovo por dia.
Em que é que ficamos?
Apesar de terem colesterol, os ovos têm também componentes específicos que contribuiem para resultados de saúde favoráveis e para a redução do risco de doenças cardiovasculares. Quando os ovos são incluídos num contexto de uma dieta saudável, estes benefícios nutricionais compensam quaisquer efeitos adversos, embora:
cada caso é um caso e, claro!,
deve consultar um nutricionista para recomendar qual a quantidade de ovos ideal para si
E os ovos fortificados com ómega-3 são melhores?
Os ovos que são fortificados com omega-3 também podem desempenhar um papel na dieta, especialmente para pessoas com hipertrigliceridemia e para quem não come peixe.
As minhas omeletes:
Bato os ovos e coloco 1 c. sopa de farinha de arroz com a ajuda de uma peneira (para não criar grãos de farinha), sal, pimenta e molho inglês. Deito para uma frigideira antiaderente (passei azeite com 1 guardanapo) e coloco por cima queijo vaca que ir light e a salsa picada grosseiramente.
Viro uma ves e VOILÁ!
Utilizei os seguintes ingredientes para 2 pessoas:
Se não viram, vejam agora! Assim ficam a perceber tudo sobre o meu livro Sopa, sim! e a saber como se faz a deliciosa sopa de urtigas. Aproveito para agradecer à SIC o convite e o bem que me receberam...