Hoje visitei a fábrica Bordallo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, e perdi-me no meio de tanta loiça maravilhosa.
Touxe comigo um prato gigante em forma de peixe e um outro em forma de nenúfar e passear pelos corredores desta fábrica recordou-me a altura em que estava a fotografar para o meu livro Sopa, sim!. Deu-me uma vontade gigante de fazer um novo livro, de ir para a cozinha fazer experiências e pegar na minha câmara fotográfica.
Aproveitei para conhecer a cidade e fiquei surpresa pelo lindo jardim que tem, que nos presenteia com algumas peças de Bordallo Pinheiro penduradas nas árvores. Por baixo destas peças um quiosque de jornais e uma esplanada de leitura à mercê de todos. No fundo do jardim um edifício antigo, mas modernizado, apresentava em exposição suspensa fotografias de pescadores.
Irei voltar a visitar esta cidade e com certeza regressarei à fábrica, pois não só "numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa", como as cerâmicas típicas deste artista.
Os gelados tipicamente comercializados, nem sempre são os mais adequados para quem cuida da saúde e do corpo, porque contêm açúcares refinados, gorduras hidrogenadas ou uma série de aditivos alimentares. E muitas vezes os gelados que estão rotulados de baixo valor de gordura ou açúcar têm ingredientes com outras denominações que são artificiais e que mascaram o açúcar e a gordura. Ao prepararmos um gelado caseiro podemos escolher os ingredientes que queremos adicionar e podemos torna-lo muito mais saudável.
Quem me segue no Instagram e Facebook ou está atento às publicações das minhas receitas no Blog já ouviu falar dos meus gelados probióticos ou proteicos.
A ideia de fazer gelados surgiu no início do Verão passado, após várias experiências com fruta congelada e iogurte, queijo quark ou kefir, para substituir as natas ou outra gordura, que tradicionalmente é adicionada num gelado. Entretanto, devido a um grande desconforto intestinal que me persegue durante anos e após um diagnostico recente de síndrome do colon irritável, comecei a fazer alterações significativas na minha dieta. Entre as quais dei uma maior atenção à reacção do meu intestino a determinados alimentos, o que me levou a começar a evitar alimentos muito fibrosos e a diminuir até eliminar quase por completo o consumo de iogurtes e queijo.
Importante: o intestino é muito diferente de pessoa para pessoa, muito mais do que o que nos difere geneticamente, e por isso os alimentos que eu escolho para mim, podem ser diferentes para outra pessoa com uma sintomatologia intestinal idêntica à minha.
Comecei então a preparar os meus gelados apenas com fruta congelada e por vezes um pouco de manteiga de frutos secos (amendoa, caju, amendoim ou avelã). E mum destes dias quentes de Verão onde só tinha no meu congelador 4 morangos e uma série de legumes, decidi utilizar uma curgete congelada e juntá-la com a fruta. Acrescentei um pouco de proteína Vegan (sabor a baunilha), para tornar o gelado mais proteico e finalizei com bastante canela.
Curgete num gelado? Sim. Se já experimentou colocar vegetais num sumo detox, então não vai estranhar colocá-los num gelado. A curgete não tem um sabor muito intenso e por este motivo, adicionada a qualquer preparado torna-o mais consistente e ainda mais saudável. Contém compostos bioactivos com actividade antioxidante e efeitos positivos na saúde, devido à presença de compostos fenólicos, minerais, como o magnésio e o potássio e vitaminas, como a vitamina A e a C. Para além destes benefócios, vários estudos mostram que o consumo frequente de curgete tem um efeito preventivo da diabetes, através da regulação da glicémia, contribuindo para a sua redução.
O que utilizei para 2 pessoas
1 curgete crua (cortada aos cubos e congelada)
200g morangos congelados
20g de proteína vegan (utilizei com sabor a baunilha)
Instruções
Colocar todos os ingredientes num recipiente e triturar (varinha mágica ou blender) até obter uma consistência cremosa;
Consumir de imediato ou congelar apenas 1 a 2 horas e servir com uma colher de gelado
Deliciar-se
O valor nutricional deste gelado é de (por porção / pessoa):
85 Kcal
10,5g proteina
0,8 g lípidos
5,3 g de hidratos de carbono
Esta é a receita de um gelado delicioso e saudável, feito por uma nutricionista e que todos podemos comer sem culpa:
- com baixo valor energético (calorias)
- alto teor proteico
- baixo teor de açúcares (apenas os naturalmente presentes nos alimentos
Não conheço desde sempre Aljezur como o Francisco, que aprendeu a nadar na "poceca da rã-rã" em Monte Clérigo e que lhe dá o tom dourado de pele no Verão. Mas foi com o Francisco que conheci o verdadeiro Aljezur, as praias, o castelo, as casinhas e a comida. Desde então faço questão de estar nesta bela terra pelo menos uma semana por ano e uns quantos fins de semana pelo meio.
Foi neste mês de Julho que regressei e que tive das melhores experiências gastronómicas, sem falar do peixe de mar do mercado ou das cataplanas de marisco do restaurante O Paulo, na Arrifana.
A maré vazia de manhãzinha, depois do pão de Casais comprado na mercearia de baixo e de um café de cevada, permitiu-nos apanhar mexilhão, búzios e ouriços do mar.
Quem nunca foi até às rochas procurar este alimento, tem obrigatóriamente de experimentar! Acaba por ser uma competição entre quem encontra mais mexilhão e quem encontra os maiores. Os búzios são de facto enormes e parecem rochas de tão disfarçados que estão.
Cozinhamos o mexilhão de três formas diferentes: ao natural, com a própria água que largavam; de tomatada, com tomate cortadinho e cebola; e por fim com alho francês e vinho branco. Qual destes preparos o melhor...? Uma delícia! Com os búzios fizemos uma feijoada com feijão branco, tomate, pimento, cenoura, cebola, coentros e ovos escalfados.
Estes pratos do mar souberam-nos a praia!
Entre banhos de água salgada, sol e caminhadas de ida-e-volta, encontram-se estrelas do mar, algas e ouriços dos mais diversos tamanhos e cores.
Para quando o regresso destes dias? Aguardo-os para breve!